28.10.15

INTERIOR DÁ BAILE E SUPERA A CAPITAL
























Nos últimos 5 anos, cidades paulistas evoluíram, enquanto a Região Metropolitana de SP encolheu

Se em 2010 a RMSP era a campeã, com um potencial de consumo estimado em R$ 567,4 bilhões, contra R$ 519,4 bilhões do Interior, agora a relação se inverteu: são as cidades do Interior que dominam o cenário, com potencial estimado em R$ 532,4 bilhões, enquanto a área que incluí a Capital soma R$ 473,9 bilhões.

É o que mostra o estudo realizado pela consultoria IPC Marketing em seu ranking IPC Maps Interior – que aponta também que, dos municípios que mais evoluíram no potencial de consumo em cinco anos no Estado, Indaiatuba figura no topo. Na lista das dez primeiras colocadas, há outras três cidades da região de Campinas: Limeira, Sumaré e Araras.

Entre 2010 e 2015, Indaiatuba teve um incremento de R$ 1,92 bilhão em seu potencial de consumo. O estudo da IPC Marketing tem como objetivo apontar oportunidades no momento em que a crise atinge forte várias empresas. O movimento de interiorização do consumo, bem como da geração de postos de trabalho e do aumento da renda, vem se mostrando mais forte na última década, é puxado pelo deslocamento de empresas da região da Capital para polos econômicos fora de São Paulo.

Disso resultou que a participação das 606 cidades do Interior no ranking passou de 47,78% para 52,90% entre 2010 e 2015. O diretor da consultoria, Marcos Pazzini, afirmou que desde 2005 as capitais estão perdendo participação no mapa do consumo nacional, enquanto o Interior ampliou seu espaço no ranking. “Percebemos que houve uma movimentação para municípios polos no Interior dos Estados. Não é uma exclusividade de São Paulo, é uma tendência vista em todo o País. As capitais estavam muito caras para empreender e as empresas passaram a procurar pelos polos de desenvolvimento no Interior”, disse. Ele comentou que a interiorização não é um fenômeno novo, mas se acentuou nos últimos cinco anos. Pazzini apontou que a evolução em termos reais do consumo nas cidades do Interior do País foi de R$ 190 bilhões de 2010 a 2015 e atualmente responde por 54% do potencial de consumo nacional, com um volume de quase R$ 2 trilhões. “O estudo mostra quais são as cidades em cada um dos Estados que mais apresentaram evolução no IPC Maps. O dado pode servir de indicador para que as empresas tracem estratégias e busquem oportunidades”, salientou.

A análise mostrou que São Paulo é responsável por 27% de tudo o que é consumido no Brasil - e as cidades do Interior do Estado representam 52,9% do volume de pouco mais de R$ 1 trilhão que será gasto pelos paulistas. “O acréscimo de consumo nos municípios do Interior foi de R$ 13,03 bilhões no período de cinco anos, com destaque ficou para Indaiatuba, que apresentou um avanço de R$ 1,9 bilhão”, disse. Pazzini lembrou que a região de Campinas tem quatro das dez primeiras cidades em evolução do potencial de consumo de 2010 a 2015. “Além de Indaiatuba, há Limeira (R$ 1,07 bilhão), Sumaré (R$ 713,8 milhões) e Araras (R$ 567,6 milhões)”.

E Campinas?

“A cidade de Campinas se beneficiou no passado pela proximidade de São Paulo, mas hoje sofre, assim como a Capital, os efeitos mais acentuados da crise econômica”, avaliou o especialista. De acordo com ele, a interiorização foi muito positiva para os números do Estado. “O potencial de consumo do Interior paulista avançou menos do que em outros estados. Porém, sem o crescimento das cidades interioranas, o resultado seria muito pior. Existe um movimento de expansão de consumo em outras regiões do País, o que é importante para que o Brasil apresente um crescimento mais igualitário”, ressaltou.

Bons ventos

A gerente de Marketing do Polo Shopping, em Indaiatuba, Andréa Fernandes, corroborou as informações do estudo do IPC Maps e afirmou que a ampliação da quantidade de indústrias instaladas no município nos últimos 20 anos teve impacto positivo em outras atividades. “Indaiatuba é um exemplo perfeito do efeito positivo da interiorização das empresas e do consumo. Com a saturação da Capital e a criação de leis de atração de empresas, um grande número de indústrias se instalou em Indaiatuba. O movimento trouxe benefícios como a elevação do PIB (Produto Interno Bruto) do município, de sua população, do emprego e da renda”.

Ela salientou que os indicadores sociais como qualidade de vida e educação também foram puxados para cima. “O cenário positivo na cidade atraiu investimentos de outros setores como a prestação de serviços e o varejo”, apontou. A gerente comentou que o shopping atende consumidores de diferentes perfis e pessoas de outras cidades da região, como Salto. O Polo foi inaugurado há quatro anos, tem 140 operações e gera mais de mil postos de trabalho entre diretos e indiretos.

Fonte: Correio Popular - 28 de outubro de 2015

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